segunda-feira, 6 de novembro de 2017

#25 Quase Memória, Carlos Heitor Cony

Quase Memória é uma linda homenagem de Carlos Heitor Cony ao seu pai, Ernesto Cony Filho. No romance, escrito após um hiato de 20 anos do autor sem se dedicar a esse gênero, o narrador retoma a vida de seu pai (e indiretamente a sua própria, de seus familiares, dos amigos dele e do país entre os anos 30 e 80), a partir de um embrulho que recebe por meio de um portador desconhecido, que o faz crer que foi escrito e preparado por seu pai – que, no entanto, morrera havia 10 anos.
A partir daí, o autor relembra passagens hilárias e outras dramáticas da vida deste que, muito provavelmente, foi seu herói, e com isso vai adiando a abertura do tal pacote e nos deixa, leitores, ao mesmo tempo que extasiados com a narrativa, ansiosos pelo esclarecimento do misterioso pacote.

Para mim foi uma grata surpresa, porque confesso nunca ter lido nenhum livro do autor, nem ter tido qualquer interesse até então. A oportunidade surgiu porque Quase Memória foi o livro de setembro da TAG (www.tag.com.br) e lendo o texto do curador da obra, Ruy Castro, me interessei bastante. Devo dizer que o romance até superou minhas expectativas. Li em cerca de 10 dias, intercalando com outras leituras, mas poderia ter terminado em menos tempo até.