Agora que terminei toda a quadrilogia napolitana, e depois de penar pra
escrever a resenha do anterior, me deparo com um desafio ainda maior que é
escrever sobre o último – o que se torna impossível sem levar em conta todos,
já que é uma sequência e a história vem se desenvolvendo ao longo de cada livro e vai-se conhecendo as personagens mais e mais.
A vida impõe desafios ainda mais tortuosos para Lenu e Lila. Elas vivem
se aproximando e se distanciando; se magoando e se ajudando. No fim, acho que
chego à conclusão que a quadrilogia é sobre a amizade, mas é também sobre
a vida e sobre o processo inexorável de envelhecimento e (para muitos) de
solidão. Triste e bonito. Mas eu sei que estou sendo reducionista e simplista e
que é muito mais que isso. Talvez hoje eu não consiga expressar.
Comecei a série empolgadíssima e continuo. Achei umas das histórias mais
bem narradas e amarradas que já li. Lenu tem uns insights (e Lila também é
mostrada em algumas nuances) que demonstram como a autora construiu uma
personagem sólida, tão real, tão humana, tão verossímil, que parece uma
biografia de verdade. Por que não? Ninguém sabe quem Elena Ferrante é mesmo!