Conheci
a escritora indiana Jhumpa Lahiri este ano mesmo, quando li seu O Xará, que veio na caixinha da TAG
(www.taglivros.com.br) de fevereiro, já resenhado aqui (http://adrianabuzzetti.blogspot.com.br/2017/05/4-o-xara-jhumpa-lahiri.html). Neste Intérprete de
Males, uma coletânea de contos (este, definitivamente, é o ano em que li
contos!), as nove histórias mostram personagens em situação de transposição –
sejam indianos vivendo fora da Índia (EUA ou Inglaterra) ou uma família de
indianos (ou descentes) já americanizados, visitando a terra natal (como no
conto que dá título à obra). Há sempre
uma certa estranheza, mas ao mesmo uma tolerância com o que é diferente, quase
como uma acomodação, no sentido de colocar as coisas nos lugares para elas
encaixarem mesmo não sendo partes perfeitas de um quebra-cabeças. A temática do
imigrante em cultura estranha está lá, às vezes pelo olhar de uma criança, sem
julgamento, mas com uma curiosidade isenta. Em outros contos, o que se
sobressai são temas mais universais, envolvendo amor, sexo, romance. Destaque
para “Sexy”, “Quando o Sr. Pirzada Vinha Jantar” e, claro, “Intérprete de
Males”.
terça-feira, 27 de junho de 2017
sexta-feira, 16 de junho de 2017
#13 A Amiga Genial, Elena Ferrante
A
narradora, Lenu, já adulta, conta a história de sua amizade com a Lila desde
quando elas eram duas menininhas de 6 anos de idade até os 16, já numa quase
transição para a vida adulta. A história se passa na Nápoles do final dos anos
50 e começo dos 60. E não, imagine você, não é uma historinha bobinha!! Eu
pensava: “Que burburinho todo é esse em torno dessa tal de Elena Ferrante que,
tal qual o grafiteiro Banksy, ninguém sabe quem é?” Pois fui verificar no
primeiro livro da chamada quadrilogia napolitana. Assim fui laçada desde as
primeiras páginas, chegando a sentir saudade das personagens quando ficava um
dia ser ler, por algum motivo que me impossibilitava! Além de retratar toda a
comunidade em que elas estavam inseridas, com seus personagens muito bem
desenhados, o romance mostra de dentro da cabeça de uma menina (mas com uma
certa consciência por estar escrevendo já depois de adulta) os questionamentos
existenciais da infância e da adolescência, o choque de realidade com algumas
situações vividas, a descoberta do amor e a constatação do não-amor, as
escolhas feitas e a ação do acaso. Terminei a leitura e me senti órfã. Preciso
urgentemente do segundo livro da quadrilogia!
Em tempo: ao escrever esse texto, leio o terceiro livro da série. Talvez algumas ideias minhas sobre "A Amiga Genial" tenham mudado (mas não a intensidade com que me abateu), mas preferi manter o texto que escrevi assim que o terminei. Em breve mais!
sábado, 10 de junho de 2017
# 12 A Cor Púrpura, Alice Walker
Aqui estou acertando uma
dívida imensa, pois se trata de um mega clássico. Se disser que não vi o filme,
então, vão me crucificar. Bom, sempre é tempo de corrigir, não é mesmo? Pra
quem não conhece nem o filme, um pequeno resumo: história de Celie, mulher,
negra, com pouca instrução, é abusada e tem um casamento arranjado com um homem
que lhe bate e a trata como empregada. Ela tem tanto amor no seu coração, que,
mesmo em meio a tantas tristezas, mantém o espírito confiante de que vai
encontrar a irmã que não vê há anos. Primeiro, queria destacar a forma
epistolar do romance. Celie escreve cartas para Deus, nas quais desabafa, mas
basicamente é com quem conversa, já que na vida real é muito calada. Depois
passa a escrever para a irmã, que vive na África, e a esperança de
reencontrá-la ressurge. Mas é através das pessoas que conhecem Celie de verdade
e passam a entendê-la que ela de fato se conhece, e se transforma, sem perder
sua essência. Lindo!
Assinar:
Postagens (Atom)