domingo, 31 de dezembro de 2017

#35 No Seu Pescoço, Chimamanda Ngozi Adichie

Amei tanto Hibisco Roxo que aproveitei uma promoção e já adquiri outros livros da Chimamanda (se preparem pra overdose dela!). No Seu Pescoço é uma coletânea de contos que tratam de temas variados como: imigração (muitas histórias se passam nos EUA), preconceito racial, relações familiares e conflitos religiosos.
Em termos de linguagem, destaque para “Jumping Monkey Hill”, que tem um conto dentro do conto, e para o que dá título ao livro, que utiliza a segunda pessoa ao narrar.

Com relação aos temas, acredito que muito do que está presente nos contos desse livro tem a função de quebrar (ou pelo menos questionar) estereótipos do que é ser africano – não que isso por si só já não seja um, porque existem muitas áfricas dentro do continente africano; ser nigeriano não é o mesmo que ser queniano, sul-africano, congolês, egípcio, somali ou angolano. Obviamente que a visão que fazemos da África (inclusive essa visão de unicidade) é fruto da visão que o ocidente criou e propaga sobre o continente e os países que o compõem. Até o conceito de ocidente é questionável, mas aí a gente deixa pra uma outra hora e evoca o Edward Said pra nos ajudar! Enfim, seus contos tratam muito de identidade, e partem do subjetivo para atingir o universal, ou seja, um recorte pode, sim, significar uma boa amostragem do todo.

sábado, 30 de dezembro de 2017

#34 Hibisco Roxo, Chimamanda Ngozi Adichie

Obviamente todos que se atentam um pouquinho ao mundo literário, ouviram falar da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie este ano, muito devido aos seus livros de cunho abertamente feminista. Ela foi minha terceira paixão literária de 2017, depois de Elena Ferrante e os russos, como havia mencionado no post de ontem. Mas o que me atraiu mais em Chimamandafoi ler suas obras que retratam a vida em seu país de origem. Uma amiga muito querida já tinha me indicado Hibisco Roxo e lá fui eu conhecer Chimamanda.
A história desse romance é narrada pela jovem Kambili. Ela é filha de Eugene, um rico nigeriano, dono de fábricas de bebidas e alimentos. O ambiente familiar é de pura repressão. Eugene é um cristão fervoroso e obriga a família a rezas diárias, idas à missa, uma rotina com todas as atividades cronometradas e planejadas para os dois filhos adolescentes (Kambili e seu irmão Jaja), a quem sobra pouquíssimo ou nenhum tempo para fazer o que desejam.
A situação não poderia ser mais contraditória: Eugene é admirado pela comunidade por suas atividades de caridade, mas em casa espanca a sua submissa esposa e pune os filhos de forma também cruel, exerce violência física e psicológica, renega seu pai, que não abriu mão de sua religião local em nome do cristianismo imposto ou trazido pelo branco colonizador, como Eugene fez. Eugene impede até que os filhos convivam com o avô, a quem chama de pecador e pagão.

Através da convivência e da admiração pela tia Ifeoma, a voz quase inaudível de Kambili aos poucos vai desvelando a história, atribuindo-lhe contornos que revelam um pouco mais da essência da adolescente e do mundo em sua volta. Mesmo com essa voz débil, Chimamanda consegue pintar um quadro bem nítido das condições sob as quais Kambili e seu irmão viviam. E a menina quase muda vai ganhando um pouco mais de voz e um pouco mais de liberdade. Um dos livros mais lindos que já li!

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

#33 Limonov, Emmanuel Carrère

Eu tive 3 paixões literárias em 2017: Elena Ferrante, os russos (que foi na verdade um reavivamento de uma chama antiga!) e uma terceira que vocês saberão amanhã. O livro de hoje não é exatamente escrito por um russo (embora o autor tenha descendência eslava por parte de mãe), mas sobre um russo, uma espécie de reportagem biográfica.
Um dos aspectos mais legais de ler é conhecer outros mundos. Eu não conhecia nem o autor do livro (Emmanuel Carrère, que eu soube depois ser muito famoso na França) nem sobre quem ele escrevia (Eduard Limonov, poeta, escritor, ativista, dissidente político russo). Tanto é que quando recebi esse livro no kit de junho da TAG (www.taglivros.com.br) não me interessei muito e só o li em novembro, motivada pelo fascínio que a cultura e a história russa exercem sobre mim e que estava exacerbado depois de Tolstói.
O personagem, digamos, não é uma figura por quem você cai de amores com facilidade: ele é controverso, teve atuações que podem ser tomadas como inconsequentes, levou uma vida em muitos momentos desregrada, mas no final eu fiquei hipnotizada. Contribuiu para isso a escrita apaixonada/apaixonante de Carrère, que te prende do começo ao fim, embora ele tenha dito em reportagem da Folha de São Paulo que, depois de passar duas semanas com o objeto de sua pesquisa para compor o livro, ele não mais sabia se gostava ou não de Eduard ou se ele era mocinho ou vilão. Mas talvez as coisas não sejam mesmo assim tão simples de definir, Monsieu Carrère...

Mais do que conhecer a vida do biografado, ao ler Limonov conhece-se um pouco (mais) da história da União Soviética, desde o fim da II Guerra Mundial (época em que Limonov nasceu), passando pela guerra fria, até a Rússia dos anos 2000 e a era Putin, a quem Limonov fez oposição ferrenha. Obviamente o olhar é enviesado (o que não é, afinal?), mas se o leitor já possui outras informações sobre esse país vai juntar as pecinhas desse imenso (não resisti ao trocadilho) quebra-cabeças e formar uma nova (ou ampliada) paisagem. 

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

#32 As Três Marias, Rachel de Queiroz

Eu nunca havia lido Rachel de Queiroz. Quando comprei meu Kindle, há pouco mais de um ano, O Quinze foi o primeiro livro que baixei, pois ganhava um download dentro de uma pré-seleção, se não me engano, e o escolhi. Mas ele ainda está lá, sem ser começado. Quem sabe acerto essa dívida com a obra, já que com a autora eu acabei acertando, pois em novembro li As Três Marias, que foi o livro enviado pela TAG (www.taglivros.com.br) no kit do mês.
Achei superimportante ler uma escritora que:
1º Pertenceu à chamada Geração de 30, que estudei na escola e aprendi a gostar e valorizar (Graciliano, Guimarães, Jorge Amado, José Lins etc.), pois representa um período importantíssimo (e que me interessa) na literatura brasileira;
2º Foi pioneira numa época em que mulheres sequer eram conhecidas por sua escrita no Brasil, uma raridade: publicou O Quinze aos 19 anos;
3º Foi a primeira mulher eleita na Academia Brasileira de Letras em 1977, apesar de eu ter sentimentos contraditórios em relação à ABL.
O romance conta a história da amizade entre três garotas que se conhecem num colégio interno e levam essa amizade pela vida toda. Muitas questões cruciais na vida de uma mulher na década de 20 ou 30 do século passado (e até hoje, com certeza) estão ali abordadas, como o casamento, a maternidade e o trabalho para mulheres. Cada uma com sua personalidade vai se encaixando na outra e elas se completam e se entendem, se respeitam, mesmo com algumas diferenças marcantes entre elas. Um tanto oprimidas pelas limitações da época, tendo sua liberdade cerceada por escola, igreja e família, cada uma das três Marias segue seu caminho da forma que lhe cabe, sendo Guta, a narradora (um alter ego de Rachel?) a que toma as atitudes um pouco mais rebeldes.

É uma história bonita, bem contada, que retrata um recorte bem específico no espaço, no tempo e no gênero.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

#31 A Morte de Ivan Ilitch, Liev Tolstói

Depois de ter me dedicado a Anna Kariênina e amado tanto, me interessei mais por Tolstói. Ao contrário daquele, A Morte de Ivan Ilitch pode ser lido numa tacada só até, pois não passam de 80 páginas.

O personagem do título faz uma reflexão sobre sua vida, à beira da morte, que pode muito bem ser uma reflexão sobre A vida – a sua, a minha, enfim, a existência. Nesse curto, mas não menos denso, romance, está presente uma teia de como são construídas certas relações humanas, baseadas no interesse, na conveniência, na mentira, na falsidade e na futilidade, tanto na família quanto no trabalho.  Como diz o escritor brasileiro Milton Hatoum no texto da orelha, “(...) Ivan Ilitch empreende uma viagem ao inferno, em que a dor física é tão intensa quanto a dor moral. Ambas se completam num sentimento de horror, que se revela através da consciência da morte”. Daí ele busca algum sentido para sua vida. Os russos e o século XIX – um encontro que, pelo menos na literatura, deu muito certo. Como entendem a alma humana!

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

#30 A Filha Perdida, Elena Ferrante

Li A Filha Perdida na sequência de Dias de Abandono.  Por ser tão forte aquele, esse me pareceu que demorou a engrenar, mas no final se configurou como mais um excelente retrato da mulher, da mãe, que Elena Ferrante faz como poucas ou talvez nenhuma outra autora.

A (anti-)heroína de Ferrante aqui é Leda, uma mulher que tira férias no litoral sul da Itália após as filhas, já adultas, irem morar no Canadá com o pai. Logo no primeiro dia, ela percebe uma família napolitana que chama muita sua atenção. Leda passa a especular mentalmente o parentesco entre as pessoas e nota alguns detalhes sobre a relação deles. Ela acaba se aproximando da família, principalmente da jovem Nina e sua filha Elena. A partir da relação com elas, Leda revela segredos de seu passado, de sua relação com as filhas, muito que explica a distância (não apenas física) entre elas hoje.  O que representa ser mãe é um tema muito central nesse livro, que o explora por meio de diversas personagens, não apenas de Leda e Nina. Apesar de ser uma mulher madura bem resolvida, mostra-se vulnerável, frágil e até falível. Mais uma personagem verossímil para a galeria de Ferrante.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

#29 Dias de Abandono, Elena Ferrante

A febre Elena Ferrante me pegou tão de jeito que depois de ter devorado a tetralogia A Amiga Genial eu já engatei os outros romances da autora. E esse Dias de Abandono é tão pungente, tão visceral que chega a ser um soco no estômago.  Não que a tetralogia fosse cheia de meiguices, não. A vida era dura lá também, até mais dura que aqui. Mas a forma de narrar, o que se diz e como se diz torna esse romance muito mais cru.
Olga, a narradora, conta logo de cara a origem de tudo pelo que passa nessa história: “Uma tarde de abril, logo após o almoço, meu marido me comunicou que queria me deixar”. O que vem daí é um dos relatos mais nus e crus das agruras por que passa uma mulher abandonada pelo marido que perde o controle de si. Mas o abandono do título não vem só do fato de Olga ter sido deixada por Mario. É o abandono de Olga por ela mesma, que deixa de querer viver em alguns momentos; é o abandono dos filhos por Olga, que os relega a segundo plano; é o abandono dos filhos por Mario também, porque ele passa a ficar muito pouco presente.

Quantas mulheres não são deixadas por seus maridos? Muitas. Até aí nada de novidade. Mas a forma como Olga nos conduz por seu abandono traz à tona tudo aquilo que muitas de nós sentimos, queremos dizer, queremos fazer, mas não nos damos ao trabalho ou nossa índole não permite ou o relacionamento já não vale o desgaste de tudo isso. Ferrante nos brinda com uma personagem real, verossímil e que nos representa muito bem. Por que tem horas que o melhor a fazer é colocar todos os demônios para fora e gritar e xingar.

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

#28 As Alegrias da Maternidade, Buchi Emecheta.

Uma garota nascida na Nigéria dos anos 20, cresce na cidadezinha de Ibuza, em meio às tradições do povo igbo, ao qual pertence. Ali, os homens podem ter quantas esposas quiserem e elas tem a obrigação de lhes dar filhos – homens, de preferência. Uma mulher só era considerada completa naquela época e naquela cultura se fosse mãe. Esse era seu papel. Nnu Ego não questiona. É isso que ela mais deseja para sua vida.  No entanto, enfrenta dificuldades. Primeiro, para engravidar (e a ‘culpa’ recai totalmente sobre ela). Depois, para cuidar dos filhos sob as mais adversas condições na capital Lagos, onde os costumes de seu povo já não são o lugar comum e ela se vê adotando por conveniência uma nova religião e enfrentando problemas que vão gerando, por meio de Nnu Ego ou de outros personagens, questionamentos: sobre a condição da mulher, sobre a cultura da qual vinha, o papel da família (dela como filha e de seus filhos), e vai, assim, nos conduzindo a acompanhar sua jornada pela sobrevivência.
Eu nunca tinha ouvido falar da escritora nigeriana Buchi Emecheta até receber meu kit de outubro da TAG Experiências Literárias (www.taglivros.com.br), sugerido pela curadoria de ninguém mais ninguém menos que Chimamanda Ngozi Adichie, o que me despertou a curiosidade e enquanto publico essa resenha leio já o terceiro livro de Chimamanda. Aguardem).
A narrativa de As Alegrias da Maternidade é muito linear e a história é contada praticamente de forma cronológica. Mas o que surpreende e cativa é como Buchi nos leva para dentro da cultura igbo, às vezes em conflito com outro povo também nigeriano, os iorubás, e uma vida completamente diferente da que conhecemos no dito Ocidente se descortina. Não gosto de generalizações, mas mesmo levando em conta que o que nos mostra é apenas um recorte da cultura de seu país, é um excelente painel de uma vida que pode, sim, representar muitas.

Com um título claramente irônico, a obra traz à tona a questão da violência doméstica, da perpetuação de papeis sociais, da colonização (no caso) britânica na África e até da 2ª Guerra Mundial, que foi responsável por muitos africanos serem tirados de suas famílias e trabalhos no seu país e levados a lutar por algo que sequer sabiam o que era ou representava, deixando, dessa forma, suas esposas e (muitos) filhos com mais dificuldades financeiras ainda do que já tinham com os homens trabalhando. Um retrato belo e triste que vale cada letrinha impressa. Devorei em 3 dias. 

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

#27 Um Amor Incômodo, Elena Ferrante

Depois de me apaixonar pela série napolitana de Elena Ferrante, me apeteceu conhecer suas outras obras, anteriores e posteriores a A Amiga Genial e cia. Então, além deste que comento aqui, tem outras resenhas de Elena Ferrante a caminho.
Um Amor Incômodo é narrado por Delia, que após saber da morte de sua mãe, Amalia, afogada em uma praia, passa a investigar o que pode ter acontecido com ela através da relação que ela tinha com um suposto amante. A partir daí, Delia retoma contato com pessoas e lembranças de seu próprio passado e passa a reconstruir a história por meio de fragmentos de memória e de fantasias também. O que de fato aconteceu e o que pode ter sido imaginação de uma garotinha de 4 anos? O que de fato aconteceu a Amalia e o que aconteceu a Delia?

O que está presente nesse romance de maneira contundente, assim como na quadrilogia napolitana de Ferrante, é a violência tomada como natural e até esperada, as mulheres tendo suas vidas ditadas pelos homens que as dominam (pai, marido etc.), mas o enredo sendo contado sob o viés feminino e tendo mulheres nos principais papéis, tendo voz, sendo donas da história – vemos tudo pelo olhar e pelas lembranças de Delia, sejam elas toda a verdade ou não. Elena Ferrante hoje é uma das mais importantes autoras da atualidade que escreve sobre mulheres, que dá voz a mulheres, mas que deve ser lida por todos!

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

#26 Anna Kariênina, Liev Tolstói

Meu interesse por leituras é bastante vasto – dos autores canonizados a livros de psicologia e até alguns de gestão de pessoas. Portanto, querer ler um clássico não é novidade nenhuma. Eu cursei Letras, então, o acesso a vasta literatura e sua crítica é certo, estimulante e, até certo ponto, frustrante, porque são tantas obras interessantes que nos são apresentadas (e uma leva a outra, que leva a outra ad infinitum) que você tem a certeza de que vai morrer (velhinha) e não vai conseguir ler tudo que tem vontade!
A gente sempre ouve falar de variados clássicos da literatura mundial, mas Anna Kariênina me chamou a atenção principalmente na época em que estava no 1º ano de Letras (2008) e cursava a disciplina Introdução aos Estudos Literários 2 (IEC2) com a professora Betina Bischof (excelente!) – acho que já a mencionei quando falei de Tchekhov... ah, os escritores russos.... Daí que eu comprei aquela edição maravilhosa de capa dura, superbem trabalhada, de uma editora que só faz obras no capricho, paguei um preço camarada, mas o livro tem mais de 800 páginas, não conseguia posicioná-lo sobre o corpo (gosto de ler deitada, a não ser que esteja estudando), empaquei antes de ler um terço da obra, tinha pressa de terminar e ler outras coisas (não estava muito avançada na arte de ler vários ao mesmo tempo ainda). Isso faz uns 4 anos.
Há uns três meses, resolvi que iria retomá-lo e terminá-lo. Hoje sou muito acostumada a ler vários livros concomitantemente, e se começasse a achar algum trecho dele enfadonho, poderia dar um tempo e passar para outro com muita tranquilidade. Houve um facilitador que foi estar em férias na primeira semana da minha empreitada, mas a verdade é que me apaixonei pelo livro, pela escrita de Tolstói, pelo contexto histórico, pelos personagens, pela Rússia, enfim, não conseguia parar. Até comecei e terminei outro livro mais “fácil”, digamos, enquanto lia a obra-prima russa (Quase Memória, minha última resenha publicada, #25), mas sentia falta, saudade dos personagens de Anna Kariênina quando não o lia.
De histórias de adultério, a literatura do século XIX está cheia de bons livros (adoro Madame Bovary e O Primo Basílio), mas o romance de Tolstói me parece mais rico. Está presente todo o contexto histórico da segunda metade do século XIX, com questões como a mecanização da agricultura, a luta de classes, o parasitismo da aristocracia, o questionamento sutil até do papel da mulher na sociedade,  as tradições e costumes da aristocracia russa, a situação dos mujiques, o questionamento sobre a existência de Deus, o papel da religião, enfim, um mosaico que poderia ter dado em uma obra sem foco e abrangente ao extremo de forma a fazer o leitor perder o fio da meada. Mas a narrativa de Tolstói nesse romance é tão bem intrincada que tudo faz sentido. Ele foi capaz de criar um painel com as palavras de tal maneira que o leitor é capaz de visualizar tudo o que está lendo. Sem contar a construção das personagens: tridimensionais, com suas contradições,  ricas em nuances. Destaque para Liévin, desde o começo o meu favorito: questiona, tem dúvida, tem certezas, é incoerente, ama, tem ciúmes, mais verossímil impossível!
Em tempo: confesso que retomei a leitura do calhamaço agora no e-reader, bem mais leve e fácil de apoiar sobre o corpo.