Li A Filha Perdida na sequência de Dias
de Abandono. Por ser tão forte
aquele, esse me pareceu que demorou a engrenar, mas no final se configurou como
mais um excelente retrato da mulher, da mãe, que Elena Ferrante faz como poucas
ou talvez nenhuma outra autora.
A (anti-)heroína de Ferrante aqui é
Leda, uma mulher que tira férias no litoral sul da Itália após as filhas, já
adultas, irem morar no Canadá com o pai. Logo no primeiro dia, ela percebe uma
família napolitana que chama muita sua atenção. Leda passa a especular mentalmente
o parentesco entre as pessoas e nota alguns detalhes sobre a relação deles. Ela
acaba se aproximando da família, principalmente da jovem Nina e sua filha
Elena. A partir da relação com elas, Leda revela segredos de seu passado, de
sua relação com as filhas, muito que explica a distância (não apenas física)
entre elas hoje. O que representa ser mãe é um tema muito central nesse livro, que o explora por meio de diversas personagens, não apenas de Leda e Nina. Apesar de ser uma
mulher madura bem resolvida, mostra-se vulnerável, frágil e até falível. Mais
uma personagem verossímil para a galeria de Ferrante.
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