terça-feira, 26 de dezembro de 2017

#30 A Filha Perdida, Elena Ferrante

Li A Filha Perdida na sequência de Dias de Abandono.  Por ser tão forte aquele, esse me pareceu que demorou a engrenar, mas no final se configurou como mais um excelente retrato da mulher, da mãe, que Elena Ferrante faz como poucas ou talvez nenhuma outra autora.

A (anti-)heroína de Ferrante aqui é Leda, uma mulher que tira férias no litoral sul da Itália após as filhas, já adultas, irem morar no Canadá com o pai. Logo no primeiro dia, ela percebe uma família napolitana que chama muita sua atenção. Leda passa a especular mentalmente o parentesco entre as pessoas e nota alguns detalhes sobre a relação deles. Ela acaba se aproximando da família, principalmente da jovem Nina e sua filha Elena. A partir da relação com elas, Leda revela segredos de seu passado, de sua relação com as filhas, muito que explica a distância (não apenas física) entre elas hoje.  O que representa ser mãe é um tema muito central nesse livro, que o explora por meio de diversas personagens, não apenas de Leda e Nina. Apesar de ser uma mulher madura bem resolvida, mostra-se vulnerável, frágil e até falível. Mais uma personagem verossímil para a galeria de Ferrante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário