segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

#32 Propósito, Sri Prem Baba


Muito difícil falar desse livro, pois o li num momento de vazio, de dúvida, incredulidade e insegurança muito grande.  Sempre desconfio dessas coisas de autoajuda e logo penso em charlatanice. Mas é um livro lindíssimo para você se conhecer melhor, saber quem é, o que quer dessa vida, o que quer deixar para os outros, o que quer fazer para si e para os outros. Creio que preciso ler de novo, e consultar sempre para não me esquecer de passagens que marcaram e pôr em prática alguns dos ensinamentos ali contidos. Valeu cada palavra!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

#31 Gog Magog, Patricia Melo



A trama do último romance de Patricia Melo é um sinal dos tempos atuais. Nela, um professor de biologia na casa dos 50 anos tem sua tranquilidade perturbada a níveis insalubres pelo novo vizinho, Ygor. Achando-se no direito de ter seu silêncio de volta, a convivência entre ambos degringola e acaba da pior forma possível.
Patricia lança mão de sua já conhecida rapidez na narrativa, de forma a imprimir agilidade à trama e manter o leitor preso, não sem um toque de humor. Hoje em dia, todos estão muito preocupados com seus direitos e se esquecem da convivência, de enxergar e entender o outro. Quem tem razão nessa história: o vizinho que necessita de silêncio ou o que alega que o seu barulho é a sua vida? Quem tem mais direito? Até onde vai o meu e termina o seu?
Não é exagero de ficção uma discussão banal virar tragédia. É só acompanhar noticiário.
Um pouco de empatia não faz mal a ninguém!
Em tempo: Gog Magog é um referência bíblica aos inimigos do povo de Deus, que travarão uma batalha no fim dos tempos, segundo profecia.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

#30 As Últimas Testemunhas, Svetlana Aleksiévitch


A jornalista bielorrussa Svetlana Aleksiévitch consegue fazer jornalismo literário emocionante e de tirar o fôlego. Não li nenhum outro, mas As Últimas Testemunhas acredito que já é uma bela amostra de sua capacidade narrativa. Narrativa essa que ela deixa delicadamente na mão de suas testemunhas, os que melhor saberiam contar as histórias de horror da segunda guerra que vivenciaram os povos eslavos, os retratados nessa obra.
Ela recolheu e costurou depoimentos de pessoas que eram crianças na época e conseguiu com que eles transpusessem em palavras os sentimentos que tiveram naquele momento, enquanto ainda eram inocentes e em muitos casos nem entendiam o que exatamente estava acontecendo. Alguns são relatos mais curtos, outros mais longos, mas todos de extrema sensibilidade. Mostram uma relação muito forte das crianças com os pais, que vão para a guerra e muitas vezes não voltam, com as mães que ficam e cuidam da casa e dos filhos e que muitas vezes também são mortas. Outras imagens muito presentes são dos alemães, de aldeias queimadas, valas, trens, avós, outras crianças, e de fome, muita fome. A ponto de comer terra, de comer um bicho de estimação, com um único instinto, o de sobrevivência. É tão tocante, mas tão pesado que, ao mesmo tempo em que fiquei tentada a ler outra obra da autora, tive que dar um tempo, porque o clima fica muito tenso mesmo. É emocionante. Svetlana é uma das mais importantes vozes da atualidade.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

#29 Viva a Língua Brasileira, Sérgio Rodrigues


Desde sempre me interesse por língua e pela língua portuguesa sem dúvida. Origem, mudanças linguísticas, variações, tudo.  Este livro traz curiosidades e informações bem relevantes sobre a língua no Brasil hoje, pode-se dizer a língua brasileira, pois é como falamos e escrevemos o português aqui.
Ele se divide em sessões: fala, escrita, modismos, estrangeirismos, a patrulha excessiva pela correção, gênero e número, origem mentirosa de termos, parentescos interessantes.
O livro é gostoso de ler. Li no Kindle, mas teria sido bem melhor numa versão em papel, por ficar mais fácil de consultar e anotar. É útil para quem é do ramo ou para quem quer saber mais e um pouco melhor.