Depois de ter me dedicado a Anna Kariênina e amado tanto, me interessei mais
por Tolstói. Ao contrário daquele, A Morte de Ivan Ilitch pode
ser lido numa tacada só até, pois não passam de 80 páginas.
O personagem do título faz uma
reflexão sobre sua vida, à beira da morte, que pode muito bem ser uma reflexão
sobre A vida – a sua, a minha, enfim, a existência. Nesse curto, mas não menos
denso, romance, está presente uma teia de como são construídas certas relações
humanas, baseadas no interesse, na conveniência, na mentira, na falsidade e na
futilidade, tanto na família quanto no trabalho. Como diz o escritor brasileiro Milton Hatoum
no texto da orelha, “(...) Ivan Ilitch empreende uma viagem ao inferno, em que
a dor física é tão intensa quanto a dor moral. Ambas se completam num
sentimento de horror, que se revela através da consciência da morte”. Daí ele
busca algum sentido para sua vida. Os russos e o século XIX – um encontro que,
pelo menos na literatura, deu muito certo. Como entendem a alma humana!
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