Agora que 2018 acabou, posso dizer que Léxico
Familiar foi um dos melhores livros que li no ano passado. Natalia Ginzburg
narra as memórias de sua família na Itália dos anos 30 aos anos 50 através de
seu particular linguajar.
Seu pai, talvez o personagem mais peculiar,
tem as melhores frases, que Natalia muitas vezes teve que explicar ao longo do
livro: tinha sua opinião formada e explicitada sobre os filhos: o que deviam
fazer, com quem (não) deviam andar, o que (não) eram boas companhias, se sabiam
ou não educar os filhos....sempre com aquela sinceridade que às vezes nos falta
com o anseio de agradar.
Enquanto mostra a família como um clã que tem
sua linguagem própria como sinal de pertença, de marcação de lugar no mundo, o
livro vai ao mesmo tempo deixando claro que essa união pode se desfazer com o
que acontece ao redor. Ao mesmo tempo que trata de um microcosmo é o recorte de
um momento histórico.
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