O que eu mais gosto sobre ler (auto)biografias
de músicos que admiro é, não só conhecer um pouco mais de sua vida, suas
motivações, mas entender o contexto da cena da época no local em questão,
sempre tão rica pra quem é amante de música como eu, que nos meus anos de
juventude ainda nutria o desejo secreto de seguir uma vida nessa área - seja cantando ou escrevendo sobre o assunto, por isso fui estudar Jornalismo.
The Police foi uma banda que sempre respeitei,
mas nunca esteve na lista das minhas mais mais. Certamente passariam na frente
outras muito, mas muito mais trash. Porém, tenho uma ligação inegável com ela:
já me apresentei cantando “Roxanne”, “King of Pain” e fazendo backing vocals
para “Message in Bottle” (eu nem tinha contabilizado isso ainda; só saquei ao
escrever esse texto aqui). Quando vi essa autobiografia do Sting pensei que seria
uma bela oportunidade de conhecer um pouco mais sobre detalhes de sua vida e
sua carreira.
Ele não traça uma trajetória linear de tudo,
mas relata episódios que são cruciais e juntos formam uma boa ideia do que o
levou a ser um dos maiores artistas dessa era desde quando era garotinho no
norte da Inglaterra até o sucesso do primeiro disco do The Police. Tem um pouco
da relação com os pais, a escola, sua formação como professor, o interesse
precoce pela música (ajudado pelo fato de os pais serem também muito ligados a essa
arte), os perrengues para pagar as contas, as namoradas, as primeiras bandas e
shows. O livro começa relatando um episódio em que ele e sua esposa Trudie
tomam o chá de ayahuasca no Brasil, experiência que se torna reveladora.
Além de detalhes de que eu não fazia ideia,
pude me deleitar com um livro muito bem escrito (apesar de alguns mínimos
deslizes de revisão na versão em português). Você percebe as referências cultas
do músico, sua sensibilidade e como isso permeou toda sua vida artística. Um
imenso prazer!
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