segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

#36 Meio Sol Amarelo, Chimamanda Ngozi Adichie

Foram três livros de Chimamanda na sequência! Meio Sol Amarelo é um retrato bem desenhado do que passou parte da população da Nigéria durante a guerra pela independência da província de Biafra, no final dos anos 60 e início dos 70. A história é narrada sob três pontos de vista:
1.       Ugwu, adolescente que trabalha na casa do professor universitário Odenigbo, que na surdina participa da trama da revolução para criar  a República do Biafra;
2.       Olanna, filha de família rica, mas que se recusa a fazer parte do jogo de poder de seu pai e decide ser professora universitária, é mulher de Odenigbo;
3.       Richard, inglês fascinado pela arte de uma tribo nigeriana, vive no país há muitos anos, fala a língua ibgo, é namorado de Kainene (irmã gêmea não-idêntica de Olanna).
Diante dessas três diferentes, mas complementares, perspectivas, é possível ter uma visão mais completa de como o conflito afetou as diferentes camadas que compunham a sociedade biafrense. Acima de ser um relato sobre a guerra civil (que matou além dos soldados e civis que foram bombardeados pelas tropas nigerianas após a declaração de independência do Biafra, também os que morreram de fome, devido ao isolamento que se seguiu, durante os 3 anos de existência do Estado biafrense), esse romance épico tenta mostrar como os indivíduos tentaram continuar com suas vidas ou usaram das relações que possuíam para ajudar seu povo a sobreviver – caso de Odenigbo, que até certo ponto manteve suas aulas na universidade, e de Kainene, que usou de seu bom trânsito no meio militar para abrir caminho e facilitar a entrada de alimentos e a ajuda às pessoas desamparadas pela guerra.

Mais uma vez, acredito que Chimamanda parte do subjetivo para o coletivo, fazendo um recorte que ilustra muito bem o todo. Imperdível!

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