Mais um livro da TAG Inéditos, agora com o
apelo de ser de uma autora nigeriana. Depois que ter lido quase tudo da
Chimamanda Ngozi Adichie na sequência e de conhecer Buchi Emecheta, “autora
nigeriana” significa pra mim “tem que conhecer”. O que mais encanta é ter
contato com uma cultura diferente da nossa.
Nessa história, que tem como pano de fundo o
momento político e social da Nigéria nos anos 80, Yejide é uma mulher da qual
se espera unicamente que dê um filho a seu marido. Como isso demora a acontecer,
pensa-se logo que a culpa é dela e que o marido deve o mais rápido possível
arrumar uma segunda esposa – se você não sabe, a poligamia é prática comum
naquela sociedade.
Retrato cultural de uma sociedade patriarcal,
em que a mulher tem um papel importante, porém sem voz alguma, este livro
mostra as sutilezas das relações humanas dentro de um contexto que desfavorece
o diálogo aberto, a transparência, mas que não pode ser simplesmente
recriminado por quem está totalmente de fora. Um grande ganho em desviar o
olhar daquilo a que estamos acostumados é questionar, sim, mas sempre tentando
entender o processo social por trás do que se está em jogo. Gera empatia, como
li num artigo super interessante sugerido pela amiga Flávia Alves esta semana.
E a empatia é o que nos torna mais humanos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário