quarta-feira, 28 de novembro de 2018

#27 Fique Comigo, Ayobámi Adébáyò


Mais um livro da TAG Inéditos, agora com o apelo de ser de uma autora nigeriana. Depois que ter lido quase tudo da Chimamanda Ngozi Adichie na sequência e de conhecer Buchi Emecheta, “autora nigeriana” significa pra mim “tem que conhecer”. O que mais encanta é ter contato com uma cultura diferente da nossa.
Nessa história, que tem como pano de fundo o momento político e social da Nigéria nos anos 80, Yejide é uma mulher da qual se espera unicamente que dê um filho a seu marido. Como isso demora a acontecer, pensa-se logo que a culpa é dela e que o marido deve o mais rápido possível arrumar uma segunda esposa – se você não sabe, a poligamia é prática comum naquela sociedade.
Retrato cultural de uma sociedade patriarcal, em que a mulher tem um papel importante, porém sem voz alguma, este livro mostra as sutilezas das relações humanas dentro de um contexto que desfavorece o diálogo aberto, a transparência, mas que não pode ser simplesmente recriminado por quem está totalmente de fora. Um grande ganho em desviar o olhar daquilo a que estamos acostumados é questionar, sim, mas sempre tentando entender o processo social por trás do que se está em jogo. Gera empatia, como li num artigo super interessante sugerido pela amiga Flávia Alves esta semana. E a empatia é o que nos torna mais humanos.

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