sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

#44 O Complexo de Portnoy, Philip Roth


Obsceno e provocador, O Complexo de Portnoy, de Philip Roth, autor norte-americano que morreu em maio de 2018 aos 85 anos, traz o personagem principal, Alex Portnoy, em um relato de sua vida e seus problemas ao analista. Judeu, Alex se ressente da educação repressora que teve devido à sua origem e deixa claro que isso o levou a uma vida adulta com uma sexualidade e relacionamentos desequilibrados. O tom é de muito humor; há passagens divertidíssimas. A linguagem é direta, sem preocupação com pudores.
No entanto, Alex se culpa por não conseguir se desvincular da casa dos pais, mesmo já não morando com eles, de não telefonar tanto, de viajar sem avisá-los. Ele é obcecado pela masturbação e quanto mais se culpa, mais pratica. Os pais são retratados como judeus caricatos e responsáveis pela culpa que o protagonista sente por não estar tão presente, como nesta passagem: “Esses dois são os maiores produtores e vendedores de culpa do século! Eles extraem culpa de mim como quem tira gordura de um frango!”
Do mesmo autor já li A Marca Humana, totalmente diferente, mas muitíssimo interessante também. Já há outros na fila de espera.

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