Obsceno e provocador, O Complexo de Portnoy, de Philip Roth, autor norte-americano que
morreu em maio de 2018 aos 85 anos, traz o personagem principal, Alex Portnoy,
em um relato de sua vida e seus problemas ao analista. Judeu, Alex se ressente
da educação repressora que teve devido à sua origem e deixa claro que isso o
levou a uma vida adulta com uma sexualidade e relacionamentos desequilibrados.
O tom é de muito humor; há passagens divertidíssimas. A linguagem é direta, sem
preocupação com pudores.
No entanto, Alex se culpa por não conseguir se
desvincular da casa dos pais, mesmo já não morando com eles, de não telefonar
tanto, de viajar sem avisá-los. Ele é obcecado pela masturbação e quanto mais
se culpa, mais pratica. Os pais são retratados como judeus caricatos e
responsáveis pela culpa que o protagonista sente por não estar tão presente,
como nesta passagem: “Esses dois são os maiores produtores e vendedores de
culpa do século! Eles extraem culpa de mim como quem tira gordura de um
frango!”
Do mesmo autor já li A Marca Humana, totalmente diferente, mas muitíssimo interessante
também. Já há outros na fila de espera.
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