Este livro é uma coletânea de contos que juntos compõem as memórias da autora norte-irlandesa. Ela
relata dezessete episódios em que esteve em uma experiência próxima da morte
(sua ou de alguém muito próximo). Os títulos dos relatos são sempre
relacionados a alguma parte do corpo (a que esteve mais em perigo) e o ano
quando aconteceu.
Se por um lado impressiona o tratamento
linguístico e literário que a autora dá para as várias passagens, por outro
fica aquela impressão de que “nossa, mas só aconteceu desgraça com essa
mulher!”. Bem, é verdade que algumas experiências foram algo até corriqueiro,
que ao transformar num conto, O’Farrell imprimiu uma aura de excepcionalidade.
Também é verdade que a escritora teve uma doença muito grave quando criança,
quando os médicos disseram que ela jamais voltaria a andar ou ter uma vida
normal, o que ela conseguiu fazer. Além disso, a doença grave de sua filha que
a coloca em perigo constante de ter um choque anafilático.
Assim, é de se louvar que tenha conseguido dar
vazão à criatividade diante de adversidades tão severas e transformado dor,
medo e desesperança em arte. Só por isso já vale a pena.
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