segunda-feira, 16 de setembro de 2019

#4 A Besta Humana, Émile Zola


Este ano me propus a ler mais clássicos, porque normalmente leio umas coisas um pouco fora da curva. Este foi um deles. Eu sempre gostei muito da literatura francesa, especialmente do realismo/naturalismo (não só na França, nesse caso), e essa edição da Editora Zahar (sem querer fazer propaganda) é linda de viver!!!! Capa dura, papel reading-friendly, apresentação escrita pelo tradutor Jorge Bastos que acrescenta muito à experiência de leitura, mais de 80 notas ao longo do livro (tem quem não goste, mas eu amo, desde que sejam na própria página e não no fim do livro; ninguém merece ter que ficar indo e vindo) e cronologia da vida e obra de Zola. Portanto, mais que me empolguei. E valeu cada minuto da leitura.
“A Besta Humana” foi publicado originalmente em 1890 e faz parte de um projeto literário de Zola chamado “Os Rougon-Macquart: história natural e social de uma família sob o segundo império”. Ele achava que sua obra era mais científica que a de Balzac, por exemplo, que por meio do recorte de uma família fosse descrever a sociedade da época.
O membro da família Rougon-Macquart aqui é Jacques Lantier, maquinista na linha de trem que liga Paris à portuária cidade de Le Havre, no norte da França, cuja ruptura de caráter é a violência contra as mulheres.
Além do viés psicológico da trama, o fascínio que as locomotivas exerciam no final do século XIX transborda pelas páginas, a ponto de a locomotiva que ele conduzia ter nome, Lison, e ser considerada até uma personagem no livro. O romance também pode ser lido como uma crítica ao exagero industrial. Mas o que sobressalta é a qualidade literária, como conta a história, como cria os personagens e amalgama tudo isso em algo que sobrevive à passagem do tempo.
Ficha técnica
Editora: Zahar
Tradução: Jorge Bastos
Ano: 2014
Páginas: 367


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