Conheci a escritora inglesa de família indiana
Jhumpa Lahiri através da TAG Experiências Literárias, quando me enviaram seu
livro O Xará em fevereiro do ano
passado. Gostei tanto que procurei o livro de contos da autora, Intérprete de Males. Maravilhoso! Faltava ler Aguapés, que é o mais recente também. O
que é comum na obra de Jhumpa Lahiri é a visão do estrangeiro. Tem sempre
alguém fora do seu lugar de origem e, muitas vezes, melhor adaptado lá do que
no país de onde veio. Bastante presente também é o choque de gerações, entre os
que ficaram e os que foram. E isso também ocorre em Aguapés.
Dois irmãos nascidos e criados em Calcutá
acabam separados por escolhas de vida completamente diferentes: enquanto Udayan
luta pela causa naxalita e vai a fundo nas suas convicções, Subhash se muda
para os Estados Unidos em busca de uma carreira de pesquisador científico. Ao
voltar para a Índia e encontrar a família despedaçada depois do que aconteceu
com seu irmão, Subhash toma para si a incumbência de juntar os cacos e tentar
sarar as feridas. Não vê que assim está levando adiante uma mentira, que só
será reparada muito depois.
Neste romance, assim com em outros da autora,
a delicadeza da narrativa é que transforma a teia construída pelas emoções que
perpassam a família Mitra em um belo mosaico de cultura, história e de
afirmação da identidade.
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