Normalmente eu leio o livro e depois vejo o
filme, mas aqui foi o contrário. Assisti ao filme Desejo e Reparação acredito
que há quase (ou mais de) 10 anos e adorei. Naquela época, não havia lido Ian McEwan ainda, e até
chegar a Reparação eu li outros 6 livros dele. Embora tivesse adorado o
filme, achava que o livro não ia me trazer surpresas porque já conhecia a
história. Mas aí que é que está o que faz a boa literatura: não é o que se
conta, mas COMO se conta, e isso é evidente nesse livro. O começo um pouco
arrastado e focado demais na adolescente Briony é absolutamente necessário para
a construção da personagem que é quem dispara o gatilho para se desenrolar a
trama central do romance.
Numa tarde quente do verão de 1935 na
Inglaterra, a jovem Briony, que sonha em ser escritora, está às voltas com os
primos que deveriam encenar uma minipeça que ela escrevera. Enquanto isso, ela
vê a irmã, Cecelia, conversando e se refrescando com um amigo de infância,
Robbie, na fonte da casa da família. Esse e outros acontecimentos um pouco mais
obscuros despertam na jovem escritora wanna-be a fértil imaginação e o que ela
revela acaba por influenciar drasticamente a vida de outras pessoas. Briony
tenta, já adulta, reparar o mal que causou. É uma personagem bastante complexa,
posto que se torna difícil rotulá-la. As divagações e reflexões que vão
aparecendo no decorrer do romance mostram como McEwan consegue criar
personagens interessantes e como ele delineia uma história (de amor) bonita,
forte, mas não piegas. Eu arriscaria considerar dizer que é o melhor romance
desse autor britânico (entre os sete que já li). Se você ainda não leu McEwan, é uma excelente porta de entrada.
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