segunda-feira, 14 de maio de 2018

#17 Reparação, Ian McEwan


Normalmente eu leio o livro e depois vejo o filme, mas aqui foi o contrário. Assisti ao filme Desejo e Reparação acredito que há quase (ou mais de) 10 anos e adorei. Naquela época, não havia lido Ian McEwan ainda, e até chegar a Reparação eu li outros 6 livros dele. Embora tivesse adorado o filme, achava que o livro não ia me trazer surpresas porque já conhecia a história. Mas aí que é que está o que faz a boa literatura: não é o que se conta, mas COMO se conta, e isso é evidente nesse livro. O começo um pouco arrastado e focado demais na adolescente Briony é absolutamente necessário para a construção da personagem que é quem dispara o gatilho para se desenrolar a trama central do romance.
Numa tarde quente do verão de 1935 na Inglaterra, a jovem Briony, que sonha em ser escritora, está às voltas com os primos que deveriam encenar uma minipeça que ela escrevera. Enquanto isso, ela vê a irmã, Cecelia, conversando e se refrescando com um amigo de infância, Robbie, na fonte da casa da família. Esse e outros acontecimentos um pouco mais obscuros despertam na jovem escritora wanna-be a fértil imaginação e o que ela revela acaba por influenciar drasticamente a vida de outras pessoas. Briony tenta, já adulta, reparar o mal que causou. É uma personagem bastante complexa, posto que se torna difícil rotulá-la. As divagações e reflexões que vão aparecendo no decorrer do romance mostram como McEwan consegue criar personagens interessantes e como ele delineia uma história (de amor) bonita, forte, mas não piegas. Eu arriscaria considerar dizer que é o melhor romance desse autor britânico (entre os sete que já li). Se você ainda não leu McEwan, é uma excelente porta de entrada.

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